Sua empresa está preparada para a NFe?
Nos últimos meses, a nota fiscal eletrônica é tema recorrente nas empresas que comercializam produtos no Brasil.
Nos últimos  meses, a nota fiscal eletrônica é tema recorrente nas empresas que comercializam  produtos no Brasil. É a bola da vez, prioridade zero, seja qual for o tamanho e  segmento de atuação. Não há como ficar de fora do projeto de modernização fiscal  do governo federal. Regra válida, claro, para aqueles que cumprem com os deveres  tributários.
A mudança é realmente inevitável e abrangente. Mas a  migração do papel para o modelo digital é bem mais que um assunto tecnológico.  Afeta por completo a rotina da operação comercial, dos processos logísticos e  administrativos. Estamos estabelecendo um paradigma no país. 
Aos poucos,  os documentos eletrônicos desenham o novo sistema tributário do Brasil. Nesse  momento, estamos passando por uma travessia chamada adaptação. E algumas  empresas estão mais suscetíveis do que outras. Por falta de informação e  orientação, empresários e profissionais experientes se surpreendem com as  mudanças implícitas na adoção obrigatória da nota fiscal eletrônica. 
Por  trás da eliminação do documento em papel, há um emaranhado de detalhes. E o  preço para quem tropeça na implementação pode sair caro. Por exemplo, quanto ao  abastecimento logístico. É que, com o processo de emissão da nota totalmente  eletrônico, se os dados não estiverem 100% compatíveis com os campos  pré-estabelecidos, a nota não é gerada. Será necessário parar e checar qual o  erro e corrigi-lo. Nesse caso, o que deveria durar segundos pode demorar  horas.
Sem gerar a nota eletrônica, o caminhão não sai do pátio. Fica lá,  parado, esperando. Imaginemos uma companhia de cimento. Depois de encher o  caminhão, a empresa precisa chegar ao seu destino em menos de duas horas antes  que o produto endureça. No caso de um problema na emissão das notas, essa  empresa tem três opções: jogar fora o cimento, correr o risco de perder também o  caminhão ou liberar o caminhão sem a nota. As três são inapropriadas e trazem  prejuízo.
Antes, a companhia só corria o risco de ser multada se o fiscal  batesse à porta. Agora, tudo é informado à Secretaria da Fazenda no exato  momento da emissão. Possíveis falhas tornam-se evidentes. Além de gerenciar a  emissão das notas, há outras questões a atentar. No modelo eletrônico, não há  mais talonário em papel. 
Mas permanece a regra de se guardar as  informações por seis anos. Sua empresa sabe onde vai armazenar esses dados?  Como? Qual o grau de segurança? Quem está responsável pelo controle? Esses são  alguns dos questionamentos necessários. 
Para as corporações, as mudanças  são absorvidas pelas equipes internas, envolvendo tecnologia, contabilidade,  logística e áreas afins. Mas nas pequenas e médias empresas ou naquelas que  emitem poucas notas por mês, não há como distribuir as tarefas. A crítica missão  de se adaptar cabe a um ou dois funcionários, apenas. 
Para enfrentar a  desvantagem tecnológica e a falta de infraestrutura interna, considere a  possibilidade de contratar um serviço terceirizado.O investimento com a migração  para o modelo eletrônico é fato. Resta saber qual a melhor forma de fazê-lo.  Observe que existem no mercado soluções para todos os tamanhos de negócio.  
Se sua empresa está se preparando para adotar a NF-e é preciso avaliar o  custo de internalizar o desenvolvimento do sistema com o de terceirizar a  solução completa: sistema de emissão e gerenciamento, hardware de segurança e  armazenamentos das notas fiscais pelo prazo de seis anos. Se a opção for  terceirizar a companhia paga de acordo com o volume de notas fiscais emitidas,  mensalmente, e não precisa se preocupar com a operação e  infraestrutura.
A nota fiscal eletrônica traz mudanças que envolvem  tecnologia, processos e pessoas. Assim, seja qual for a solução escolhida o mais  importante neste momento é estar atento aos prazos estipulados pelo Governo.  Afinal, é preciso que haja tempo suficiente para implementar as soluções e não  ocorram “surpresas” de última hora.
*Marco Zanini é diretor Geral  da NFe do Brasil 
